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As mulheres na vida de Jung
About this book
"Esse livro aborda tanto a questão da influência de Jung na vida de várias mulheres, que, segundo a autora, seriam as "Valquírias", assim como faz observações sobre o próprio Jung em relação às mesmas.Maggy Anthony é norte-americana. Fez cursos no Instituto C. G. Jung de Zurique, não sendo analista. Na introdução do livro ela comenta:"... Em última instância a força deste livro pode residir no fato de ter sido escrito não por uma 'especialista' junguiana, mas apenas uma observadora interessada, cuja própria vida foi profundamente tocada e enriquecida pela psicologia de C. G. Jung." A autora diz, ainda na introdução, que foram motivos particulares, a doença de sua mãe, que levaram-na a pensar na força e vitalidade das analistas junguianas que trabalhavam no Instituto Junguiano de Zurique, ou que estavam ligadas a ele de alguma forma. Formulou, então, a hipótese de que teria sido o contato com Jung, este "encarnando" o arquétipo do animus, e, muitas vezes, do salvador , aquilo que teria revitalizado tais mulheres, aproximando-as de seu próprio significado de vida, de seu caminho.No entanto, ela lança a questão do por quê tais mulheres, tão ativas e inteligentes, teriam ficado "coladas" nas idéias e teorias de Jung, não trazendo, em trabalhos publicados por elas, nada de "novo", de singular, mas sim, que seus trabalhos visariam amplificar as idéias do criador da psicologia analítica, sem trazer nada que diferisse do pensamento original.Segundo Jung, o arquétipo do animus"é a figura compensadora da consciência feminina, de caráter masculino ... O animus é uma espécie de sedimento de todas as experiências ancestrais da mulher em relação ao homem e, mais ainda, é um ser criativo e engendrador, não na forma da criação masculina. O animus produz o que se pode chamar o logos spermatikós, a palavra que engendra. Assim como o homem faz brotar sua obra, criatura plena de seu feminino interior, assim também o masculino interior da mulher procria germes criadores, capazes de fecundar o feminino do homem. É o caso da 'femme inspiratrice' ..." (Obras Completas - Vol. VII/2, parágrafos 328/336)Maggy Anthony ressalta que Jung "se deixava acompanhar por estas mulheres, que chegavam do mundo inteiro"; "essas mulheres vinham a um homem forte para encontrar sua própria força em uma época em que 'não ficava bem' uma mulher ser forte; as mulheres eram apenas úteis". Dessa convivência, dessa fecundação mútua, muito da teoria junguiana foi gerada.Apesar do livro ser, aparentemente, mais um buscando "revelar" fatos e "fofocas" da vida de Jung (pode-se notar tal apelo até mesmo pela tradução de seu título), trazendo relatos pessoais e importantes sobre como era essa grande figura, de alto porte e força, tanto física como psíquica, pessoa altamente criativa e carismática, ele levanta questões sobre a atitude das mulheres comprometidas na defesa e difusão do pensamento junguiano.Segundo a autora, mulheres brilhantes como Emma Jung, Toni Wolff, Marie-Louise von Franz, M. Esther Harding, Jolande Jacobi, entre outras, deram prosseguimento à obra de Jung, ao Instituto criado por ele, não aparecendo em suas obras nada que divergisse do pensamento "original" do mesmo, como que oferecendo, dessa forma, a "garantia" de fidelidade, continuidade e da suposta "não-distorção" do pensamento do mestre.Maggy Anthony "interpreta" Jung como o Animus Mundi, ou seja, que ele permitiu servir de "gancho" para que essas mulheres projetassem nele "seu" elemento contra-sexual psíquico, permitindo a expressão intelectual feminina, seu contato com o inconsciente, com a criatividade. Assim, através desse bom relacionamento com o inconsciente, o animus "das mulheres" podia fecundar a "anima" de Jung, fazendo desse contato, uma relação criativa.Mas, ainda segundo a autora, a admiração, a fascinação exercida por Jung era tamanha que as mulheres teriam ficado "presas" a ele próprio, circulando em torno de sua imagem, não aprofundando o próprio conceito do animus, uma vez que, na mesma obra citada anteriormente, Jung diz: " .. é quase insuperável a dificuldade de tentar descrever a psicologia do animus" (parágr. 328): era de se esperar que essas mulheres pudessem aprofundar ou esclarecer melhor esse conceito de animus, uma vez que era experenciado vivamente por elas próprias!Em suma, trata-se de um livro que pode agradar tanto àqueles que gostem de saber detalhes sobre a vida das grandes personalidades, embora, em momento nenhum pretenda estabelecer-se como uma biografia autorizada, como pode fazer pensar sobre o próprio papel da mulher no "campo" junguiano: estaríamos todas nós, mulheres junguianas, fadadas a sermos valquírias, as guerreiras de Odin? O que queremos nós? O que o animus quer de nós?"Marta Chagas.Biografia, Autobiografia, Memórias / Psicologia
Book Details
ISBN13 | 9788501052520 |
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ISBN10 | 8501052523 |
Pages | 208 |
Language | PT |
Import Source | Skoob |
Created At | January 30, 2025 |
Updated At | January 30, 2025 |