Elza, a garota

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About this book

A PERSONAGEMElza é a heroína que não chegou a ser, a anti-heroína que não chegou a ser. Você entende? Um personagem sem narrativa, uma peça de formato grotesco. Impossível encaixar Elza em qualquer tabuleiro: nem à direita nem à esquerda, nem em cima nem embaixo. Não era para ela estar ali. Elza só nos resta lamentar, como um acidente. Sua morte não oferece possibilidade de redenção, é uma morte torpe. Elza morreu como uma cadelinha por engano, por esporte, por despeito, por nada. Ninguém a vingou, a própria idéia de vingá-la é inconcebível. Vingar como? Toda vingança histórica é um epílogo, um 'grand finale' que nos obriga a reescrever a narrativa pregressa a partir desse cabo, transformando injustiça em justiça; caos, em ordem. Como fazer isso com Elza? Em que história ela ficaria confortável? Em que história, me diz?A SINOPSEMolina é um jornalista que, aos 43 anos, toma a decisão de se dedicar exclusivamente a ser escritor. Na busca por uma história que valha a pena ser contada, ele conhece Xerxes, que lhe narra sua paixão por uma menina chamada Elza, em meio à Intentona Comunista, quando Luís Carlos Prestes quis tomar o poder e foi derrotado. A história de amor, no entanto, jamais foi consumada: Elza foi assassinada por seus companheiros do Partido Comunista. Neste livro surpreendente, o escritor e jornalista Sérgio Rodrigues, combina literatura e reportagem para criar um romance original e envolvente.UM COMENTÁRIO"Elza é uma parte esquecida da história da esquerda brasileira. Intencionalmente esquecida. A Olga Benário que não deu certo. Namorada de Antônio Maciel Miranda, o Miranda, foi acusada de passar informações para a polícia e, por isso, foi estrangulada por um grupo de comunistas, entre eles Francisco Natividade Lyra, o Cabeção. Prestes, sem ter informações objetivas (tudo indica que a garota de 16 anos era inteiramente inocente), mandou matá-la. Não lhe deu qualquer chance de se defender. A frieza de Prestes impressiona o mais frio dos mortais. Olga e Elza tem algo em comum. A primeira foi morta por um ditador de direita, Hitler. A segunda por um quase ditador de esquerda, Prestes. Olga e Elza têm quatro letras e começam e terminam com vogais, têm duas vogais e duas consoantes, no centro do nome têm duas consoantes. Mas há uma diferença crucial, séria e substantiva: Olga “ganhou” história, Elza só agora, com o livro de Sérgio Rodrigues, começa a ter sua própria história. Quando terminei de ler o livro, pensei: poderia ter 138 páginas a menos. Estava, estou, errado. Elza mereceu todas as 238 páginas. Deixou de ser uma omissão. A esquerda tem o hábito de dizer: 30 mil mortes (ditadura argentina) e 300 ou 400 mortes (ditadura brasileira) são a mesma coisa. Pois é: mas quando se trata da morte de Elza, o discurso não vale. Uma morte, a de Elza, não vale outra morte, a de Olga. A plebéia, analfabeta, merece ser escondida, para que a aristocrata alemã, russófila, possa ficar no altar da glória histórica." (Euler Bélem, colunista do Jornal Opção - www.jornalopcao.com.br) Aventura / História do Brasil / Literatura Brasileira / Romance / Romance policial / Suspense e Mistério

Book Details

ISBN13 9788520922842
ISBN10 8520922848
Pages 238
Language PT
Import Source Skoob
Created At January 30, 2025
Updated At January 30, 2025

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