Malthus

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Como descrever uma obra sem rosto, que implode, através do clonal Loyola & Loyola, sua própria identidade? Há, porém, uma quase certeza: ela foi escrita com a pena da galhofa e a tinta da inquietude. Os personagens que a povoam são comparáveis aos do escritor inglês Laurence Sterne; como eles, criam o espaço no qual atuam por meio da palavra, e não da ação. A dilatação concêntrica dos diálogos e situações atordoa os ouvidos, sacode a poeira da nossa atenção, coitadinha, entorpecida pela linearidade. Dessa algazarra, de que fala Ivan Lessa no prefácio "Mainardi e os múltiplus Malthus", deduz-se que não importa ao autor se o homem é fruto de determinismos aloprados ou de um lance de dados cosmológicos, mas a possibilidade de que a humanidade tenha pego o ônibus errado e, a partir daí, "nada possa mudar nada de muito essencial."Se o mundo é uma construção tautológica, só nos resta dançar um tango argentino? Melancólico demais. Por que não abandonar a uma tarantela enlouquecida em uma loja de cristais:A hermenêutica já causou muitos equívocos. Assim, as considerações acima devem ser esquecidas. Que o leitor, inclusive o apressado, relaxe e goze com Malthus. Afinal, um bal masqué no cemitério pode ser divertido. Especialmente quando o tema é a progressão geométrica da estupidez.Romance