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Stop: C'est Magique
About this book
Boal defendeu a dessacralização do teatro. Em outras palavras, o teatro é uma forma de expressão e comunicação que deveria ser apropriada por não-atores, como instrumento político para reflexão e transformação social. A sua proposta trouxe para cena o não-ator, transformou o espectador passivo em sujeito da atuação. Roteiriza coletivamente os problemas políticos e sociais do grupo social, para discuti-los estética e politicamente, para possíveis ações coletivas.Em síntese, ele afirmava: se destrói a barreira entre atores e espectadores: todos devem representar, todos devem protagonizar as necessárias transformações da sociedade, destrói-se a barreira entre os protagonistas e o coro: todos devem ser, ao mesmo tempo, coro e protagonistas. Essa seria a força motora da poética do oprimido, voltada para a conquista dos meios de produção teatral. Essa concepção teatral aproxima-se muito da perspectiva da pedagogia do oprimido, desenvolvida pelo educador pernambucano Paulo Freire.Em Teatro do Oprimido, encontra-se a fundamentação teórica, que se orienta por concepções artísticas de autores marxistas, como Arnold Hauser (História social da arte) e pelo dramaturgo e diretor Bertold Brecht. A partir dessas referências, constrói uma crítica à concepção aristotélica de teatro, como também ao teatro medieval e burguês. Os quatro pilares de sua prática teatral são assim sintetizados: a) conhecimento do corpo; b) o corpo expressivo; c) o teatro como expressão: produção de roteiro (expectador e ator); teatro-imagem; teatro debate; d) por último, teatro como discurso: jornal, invisível, fotonovela etc.Em sua fase europeia, como o próprio dramaturgo observa em Stop! Cest Magique (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1982), ele foi se deparando com uma nova problemática que não se limitava à dimensão política e econômica. Eram problemas relacionados à discriminação do imigrante, opressão contra a mulher e o homossexual, entre outros. Para Boal, os problemas de fundo do sistema capitalista não estariam mais na centralidade do eixo do teatro do oprimido. Diz o seguinte: Nas minhas oficinas de Teatro do Oprimido começaram a aparecer oprimidos de opressões desconhecidas para mim. Eu trabalhava muito com imigrantes, professores, mulheres, operários, gente que sofria as mesmas opressões latino-americanas bem conhecidas: racismo, sexismo, condições de trabalho, salários, polícia etc. Mas, ao lado destas, começaram a aparecer solidão, incapacidade de se comunicar, medo do vazio e outras mais. (Matéria, PSTU)
Book Details
ISBN13 | 9788520002643 |
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ISBN10 | 8520002641 |
Pages | 162 |
Language | PT |
Import Source | Skoob |
Created At | January 30, 2025 |
Updated At | April 18, 2025 |