Matilda do osso

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Matilda viveu catorze anos em uma antiga mansão onde o padre Leufredus lhe ensinou latim, grego, francês, e criou na menina um verdadeiro pavor de ir para o inferno. Agora, com o padre afastado graças à uma viagem a Londres, acabou conhecendo a Alameda Sangue e Osso, onde, para sua aflição, tornou-se assistente de Peg, a Consertadora de Ossos.Como seria uma consertadora de ossos? Uma figura santificada, falando macio, instruída, que curava somente com o toque das mãos? Doce ilusão, pensou, logo no primeiro dia. Aliás, Matilda não gostou nada do que viu. E nem do que estava reservado para o seu futuro. Decididamente odiava ser tratada como empregada, ir ao mercado, fazer compras, cozinhar, manter o fogo aceso. Sentia-se só e sem forças para enfrentar aquele mundo totalmente novo para ela.Passava o tempo conversando com santos e pensando mais em si mesma do que naqueles que a cercavam, enquanto aprendia tudo sobre cura, sangrias, consertos de ossos, remédios ilícitos e cirurgias assustadoras, detalhes que contam a história da personagem e ajudam a criar um interessante painel da medicina medieval.A doce Matilda leva bastante tempo para aprender que as pessoas confiantes e trabalhadoras que conheceu eram mais dignas do que os trapaceiros e tolos cujos os ensinamentos admirava.