Aldabra: A Tartaruga Que Amava Shakespeare

About this book

"O melhor jeito de passar a perna na morte é mudando de aparência", diz vovó Eia a sua netinha no início de Aldabra A tartaruga que amava Shakespeare. A avó de Elisa sempre foi sábia. Quando envelheceu, já carregava consigo o doce fardo da sabedoria. Tanto que para escapar da morte tratou logo de se transformar em tartaruga. Vovó Eia não poderia correr o risco de morrer. Afinal, quem sabia Shakespeare de cor conseguiria entender qualquer coisa na vida. E, muito, muito antes mesmo, ela compreendeu que aquele era o caminho. Transformada em tartaruga, seus 80 anos seriam agora a juventude dourada de uma longa vida. Mas aí surge um problema: tartarugas não podem ser pintoras em Veneza. As da espécie Geochelone gigantea (o tipo em que se transformou vovó Eia) vivem em Aldabra, uma ilha que faz parte do arquipélago das Seychelles, um longínquo atol do Oceano Índico. Como chegar lá? Vovó Eia não falava com a mãe de Elisa afinal, ela nunca entendeu bem o desejo de transformação de vovó Eia e internou-a num hospício muitos anos atrás. Mas Elisa sabe que é preciso levar sua avó para Aldabra o mais rápido possível, porque outros perigos, piores até do que a morte, podem separá-la de sua querida tartaruga para sempre.